A cidade de Ribeirão Preto tem apresentado um crescimento exponencial. Serviços foram ampliados, shoppings reformados, lojas em expansão, a nos últimos anos, mesmo a economia fragilizada por conta da crise, a cidade ainda dá seus passos cautelosos de crescimento.
Entretanto, com o crescimento vem os problemas. Um dos maiores problemas enfrentado pela população é, sem dúvidas, a segurança. A violência, tem aumentado exponencialmente, principalmente em que diz respeito a segurança automobilística. Um dos setores que mais tem tido procura, é o de rastreamento de veículos.
As empresas que mais utilizam esse tipo de produto são as transportadoras e os veículos de carga, pois, além de proteger o material transportado, o gestor da companhia consegue monitorar o caminhão. Logo após, vêm os carros de luxo, que buscam uma redução no valor do seguro, seguidos dos carros de passeio e populares. Os sistemas mais usados são os com acesso via web. A principal vantagem do serviço é permitir ao cliente o rastreamento de seu veículo em tempo real com atualizações de um a cinco minutos (dependendo da empresa prestadora), visualizar e imprimir relatórios com os deslocamentos e até verificar a situação do veículo, como se ele está com a ignição ligada ou desligada.
Após a solicitação de bloqueio, a central de monitoramento envia o comando para o módulo instalado no veículo e ele é paralisado em aproximadamente 30 segundos. Se o carro estiver em movimento, a ação será gradual, simulando uma falta de combustível. O dirigente sugere que o consumidor, no momento de adquirir um sistema de rastreamento, fique atento aos serviços oferecidos pela companhia que irá contratar.
Dentro do contexto de rastreamento veicular existem várias medidas que podem ser disponibilizadas, desde somente o rastreamento até a gestão total do veículo pelo cliente. A pesquisa deve incluir as companhias e os órgãos que certificam as prestadoras dessa área, sendo o mais importante nesse ramo, o Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi). Esse órgão audita e homologa as organizações que possuem um padrão de qualidade nessa atividade.
O índice de recuperação de veículos rastreados está atualmente de 94%. Ele indica como outro benefício os descontos concedidos pelas seguradoras aos veículos rastreados. Esses abatimentos podem chegar a até 25%, dependendo da companhia, e, na maioria das vezes, apenas são concedidos a clientes de empresas de rastreamento que possuem o selo do Cesvi.
Aumenta número de carros recuperados no Estado
Uma esperança para o proprietário que tem o seu veículo furtado ou roubado é a recuperação do seu bem. E os índices de sucesso dessas operações vêm aumentando no Rio Grande do Sul nos últimos anos. Em 2010, conforme os indicadores de eficiência da Polícia Civil gaúcha, foram 14.457 veículos recuperados, no ano passado 15.430 e nos primeiros três meses de 2012 foram 3.656. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, no Estado, em 2010, foram registrados 10.550 roubos de veículos e 14.952 furtos, em 2011 passou para 10.965 roubos e 14.622 furtos e, no primeiro trimestre deste ano, foram 3.497 furtos e 2.881 roubos.
Não há uma estatística sobre quantos desses veículos estavam equipados com um sistema de rastreamento, mas a delegada titular da Delegacia de Repressão ao Roubo de Veículos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Vivian do Nascimento, afirma que os mecanismos auxiliam a polícia. Uma testemunha dessa eficiência é o administrador de empresas.
Vivian ressalta que, em caso de assalto, o motorista deve manter a calma e obedecer ao assaltante. Se o criminoso ordenar a saída do veículo, a pessoa, se estiver com o cinto de segurança, deve avisar calmamente que irá tirar o cinto e que sairá do automóvel. “Como se diz: vão-se os anéis, ficam os dedos”, afirma a delegada. Ela enfatiza que não se deve, de maneira alguma, reagir e, se o assaltante pedir que não olhe para o seu rosto, a ordem deve ser atendida.
A delegada alerta também que é importante tomar medidas de prevenção aos assaltos. Ela recomenda que a atenção ao entrar e sair dos veículos seja redobrada e que se observe se há pessoas próximas com atitudes suspeitas. Nesse caso, uma alternativa é evitar entrar no carro naquele momento. Assim como, não se deve parar o automóvel em lugares ermos e escuros.
Os que contratam o serviço visando proteção do veículo, geralmente colocam o adesivo, principalmente, para inibir uma ação criminosa. Caso os ladrões tiverem interesse no carro, é muito provável que desistam, pois sabem que podem ser localizados e se o automóvel for bloqueado não poderão dar andamento ao delito. No entanto, se o foco for o motorista, uma tentativa de sequestro, por exemplo, é possível que o motorista seja transferido para outro veículo.
Seguradoras cobram dos transportadores o equipamento
No setor de transporte de cargas, que sempre envolve grandes valores, se o veículo não contar com um sistema de rastreamento, o seguro não é feito ou é realizado só até um determinado limite financeiro, informa o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), José Carlos Silvano. Ele conta que as seguradoras estão impondo cada vez mais restrições aos caminhões que não possuem acompanhamento por rádio frequência em suas rotas.
O dirigente acredita que os rastreadores aumentam a segurança dos caminhoneiros. “O motorista sente-se mais tranquilo quando sabe que alguém está vigiando suas viagens”, afirma. Além disso, o sistema de rastreamento possibilita o apoio logístico através da comunicação a distância e da troca de mensagens.
No entanto, o presidente do Setcergs diz que a ferramenta, em algumas ocasiões, é utilizada como um meio de controle de tempo de direção do condutor. “Isso não é adequado, pois o rastreador está vinculado ao caminhão e não ao caminhoneiro e pode haver troca de profissionais em uma viagem”, afirma Silvano. Ele adverte que alguns tribunais entendem que o mecanismo é um meio de fiscalização de jornada de trabalho, assim como o tacógrafo.
Empresas investem na tecnologia do dispositivo
Para não facilitar a vida dos criminosos, os dispositivos de rastreamento são cada vez mais aprimorados com o passar do tempo. Entre as novidades tecnológicas que ajudam no combate ao roubo de cargas, o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento (Gristec), Cyro Buonavoglia, cita um tipo de rastreador colocado nos produtos transportados chamado de “isca de carga”. Esse aparelho fica disfarçado em meio ao meio material e funciona como se fosse um backup do rastreador do veículo.
Buonavoglia explica que os sistemas de rastreamento atuais têm três variáveis – um só se comunica por satélite, outro tem cobertura via celular (GPRS) e um terceiro é híbrido, pois utiliza essas duas tecnologias ao mesmo tempo. “O comprador deve observar o que pretende transportar, o destino da carga e ainda avaliar a sua necessidade de cobertura”, ensina. Buonavoglia argumenta que é preciso comparar as tecnologias que o sistema oferece para adequá-las às necessidades de casa caso.
Conforme o presidente da Gristec, o gerenciamento de riscos em transporte de cargas é um processo de gestão que abrange toda a cadeia de movimentação, transporte, distribuição e armazenamento. “Em resumo, é a aplicação de inteligência e tecnologia”, detalha Buonavoglia. Ele destaca que são várias as normas e os procedimentos a serem tomados para evitar o roubo de cargas, que abrangem desde os horários de viagem, distância, local de paradas para abastecimento, descanso, pernoite, até a tecnologia utilizada que deve se adequar às rotas e aos diversos tipos de carga, sendo que algumas mercadorias são mais visadas do que outras.
“É exatamente nessas questões que as gerenciadoras de risco possuem expertise para orientar as formas para que a viagem seja a mais segura possível”, garante o dirigente.
Uma inovação nos sistemas de rastreamento o serviço de telemetria, que consiste no controle de ações do veículo como freadas e arrancadas bruscas, velocidade acima da permitida e freio acionado durante mais tempo que a média, entre outras informações. O gerente explica que essa tecnologia é muito usada por empresas de transporte, porque também auxilia na redução dos custos com a manutenção dos veículos.
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